MDC 3 - Maio

sábado, 31 de maio de 2014

Conforme anunciado no grupo do deviantART em 1º de maio, o tema do desafio desse mês foi Folclore Brasileiro. A tarefa foi desenvolver um estudo do mito/lenda desejado, de maneira livre. Digital, tradicional, pintura, escultura, desenho, rascunho, enfim… tudo tava valendo!

Pras pessoas que me conhecem, não deve ser novidade que tenho uma pequena (grande) admiração pelo universo das sereias, e essas pessoas podem ter suspeitado que isso se estenderia à minha escolha de personagem folclórico pra representar. Sendo assim, não deve ser novidade pra ninguém que optei por desenhar a Iara.

Graças ao fim do meu projeto de graduação, pela primeira vez pude desenvolver o MDC com calma, procurar referências e pensar que caminho tomar na representação. Meu primeiro passo foi, claro, procurar mais informações sobre a lenda. Eu sei que a Iara é uma sereia, mas e aí? É qualquer sereia? Se não, como é? Como essas coisas ficam lá atrás, com as lembranças do primário, fui pro Google caçar descrições e gostei muito do que li nesse site.

Por essa descrição, já dá pra separar algumas características legais pra se trabalhar, tentando fugir das representações genéricas que temos de sereias em prol de um personagem que realmente possa representar a lenda brasileira:

  1. Índia;
  2. guerreira;
  3. localizada no Amazonas;
  4. bela.

No que isso influencia no design do personagem? Em tudo! Nas referências que foram usadas como base e na solução final do desenho. A imagem a seguir resume um pouco o trabalho.

Imagens que usei como referência

Pesquisei algumas imagens de índias brasileiras para ver como são as características físicas. Tipos de cortes e caimento dos cabelos, formato dos olhos, boca, nariz e rosto. Depois procurei por imagens de índios guerreiros brasileiros, pra ter uma noção de que tipo de adereços e pintura usam. Por fim, já que a Iara é uma sereia do Amazonas, achei que faria sentido se sua metade peixe fosse de uma espécie local. Pesquisei então alguns tipos de peixes de água doce do norte do país e optei por dá-la uma cauda de peixe pintado (surubim). O estudo final ficou assim:

Minha Iara índia pintada. :)

Fiz o rascunho no meu sketchbook D.I.Y e queria muito ter passado o desenho pra uma folha A4 pra acabar, mas depois de tentar um tempo refazê-lo, acabei desistindo e finalizei em tinta no sketchbook mesmo. Apesar de pequenininho, a caneta 0.05 ajudou muito a finalizar sem muita sujeira. O gestual ficou um pouco bagunçado nos braços, mas gostei do resultado final mesmo assim. ^^”

Lamento pela qualidade da imagem, mas ainda estou impossibilitada de publicar imagens melhores. Por enquanto continuo só com a câmera do tablet…

Espero que tenham apreciado o desenvolvimento desse estudo, e deixo mais uma vez o convite para que se juntem ao MDC. Em breve o próximo desafio irá ao ar!

4 comentários:

  1. Oi Joyce \o/
    Se tem uma coisa que me encanta demais é saber como foi o processo criativo de um trabalho. Invejei..rs

    Ao contrário do que muitos pensam o desenho não nasce do nada, né?! Tudo vem de uma referência quer seja de fotos, histórias, pensamentos, acontecimentos, enfim, uma infinidade mesmo. Gosto dessa trajetória. E o mais legal é que isso não morre aqui, fica um arquivo em nossa mente que poderá ser acessado a qualquer momento.

    Obrigada por compartilhar seu caminho. =)

    Sobre o desenho:

    Está SUPIMPA!!!! Ficou super delicado. Gostei das curvas de todo desenho. Deu muito movimento. Parece que ela irá se mexer mesmo.

    O rosto além de bem expressivo ficou delicado.

    Amei a calda e o cabelo comprido e preto deu um contraste maravilhoso.

    Essa "abrasileirada" que você deu ao desenho foi show (mistura de um peixe brasileiro com os nossos índios). Ficou coisa "nossa" mesmo.

    Também gostei dos detalhes de bolinhas fazendo alusão à água.

    Parabéns Joyce!!! Um belo trabalho.

    beijinhos
    Silvinha

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    1. Oi, Silvia!

      Fico feliz que tenha gostado. Compartilhar esse tipo de processo é uma das coisas que mais gosto, não só por poder contribuir com quem possa se interessar, mas porque me permite também sistematizar minha linha de pensamento. Das primeiras vezes que eu desenhei com referência, era tudo muito bagunçado, mas hoje eu consigo me organizar melhor pra construir de fato um processo criativo pra projetos quando necessário. E isso eu não desenvolvi sozinha também. Aprendi observando os processos compartilhados de muitos outros artistas e designers. :)

      Muito obrigada também pela crítica feita ao desenho. Ter a sua visão da composição é muito importante, porque como artista, acredito que você sempre tem muito a contribuir na análise de imagens e suas características. Você as vezes vê muito mais do que eu realmente tentei representar, e isso me deixa muito contente, hehehe! :D

      Valeu mesmo! Beijão!

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  2. Ei Suco!
    Comentei no DA, mas não comentei aqui. Então, como de costume:
    Lá no trabalho, de vez em quando, tem um tempo pras pessoas trocarem ideias sobre cursos e palestras que participaram, compartilhar material do curso e conhecimentos obtidos nessas coisas. Nesta semana conversamos bastante sobre processo criativo (voltado à área de publicidade e propaganda), mas a metodologia é a mesma.

    Exite uma diferença imensa entre referência e cópia, e já falamos inúmeras vezes sobre isso em nossos blogs. Mais uma vez, vejo aqui um exemplo de estudo de processo criativo muito interessante, capaz de orientar pessoas com aquela dificuldade do "como começar".

    A sereia ficou linda! Concordo com as questões que a Silvia apontou sobre movimento e "abrasileirada". É impressionante como as representações de Iara seguem uma linha europeia ainda hoje, né? Aquela sereia de rabo rosa e do cabelo loiro... mó Barbie! xD

    Valeu por descrever de maneira tão clara e compartilhar com a gente! \o/
    Adorei o resultado. Bjos

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    1. Sim, Nanika! Foi essa coisa de sereia europeia que me incomodou na hora de desenhar. Foi isso que me levou a pesquisar mais sobre a origem da lenda e tentar realmente localizar ela no Brasil.

      Se parece útil a minha tentativa de sistematizar e compartilhar o processo criativo, pra esse desenho, fico de verdade muito contente! :D

      Eu acho que existem inúmeros métodos pra se inspirar, mas a busca por referências é fundamental, principalmente se estamos nos dispondo a marchar em terras desconhecidas, não é mesmo?

      Obrigada pelo teu comentário! :)

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