Sketchbook A6 e aquarela

sexta-feira, 22 de novembro de 2013


Dando um tempo nos ratinhos, hoje vou contar sobre minhas recentes experiências com aquarela.

Há mais ou menos duas semanas atrás, ganhei do meu amigo Bis um sketchbook da Canson no formato A6. O caderno é acabado com costura, super flexível e contém 24 folhas de gramatura 90g/m². Eu fiquei tão feliz, o caderno é tão legal, que fiquei pensando coisas como: “poxa, só posso desenhar coisas legais nesse caderno!”, ou  “preciso aproveitar todas as folhas e todos os espaços”, ou ainda “legal, vou poder fazer novas experiências usando duas páginas e ver o que sai, e blá blá!”.

Enfim, passou-se uma semana inteira sem que eu rabiscasse qualquer coisa no caderno e aquilo começou a me deixar com a mão coçando, até que decidi fazer algo, nem que fosse uma folha de identificação. E foi exatamente isso que fiz!

Começou assim: escolhi mais ou menos o espaço que ia usar pra desenhar, e decidi que ia colocar meu número de celular, pro caso de perder o caderno. Daí fiz uma colagem de um pedaço de folha de caderno na página do sketchbook, e no espaço que ia desenhar fiz uma composição entre desenho e tipografia. :) O desenho das letras não é de minha autoria. Eu copiei uma tipografia da internet ^^"



A princípio eu queria trabalhar essa página toda com nanquim, mas aí me deu uma nostalgia maluca e resolvi trabalhar tudo com aquarela. Bom, era a primeira página do caderno, então precisei tomar medidas de precaução pra não estragar tudo. Prendi o caderno na minha prancheta com fita crepe (o miolo e a capa também, pra que não ficasse me atrapalhando), depois isolei as outras páginas com uma folha de rascunho, que também prendi com fita crepe. Daí, sem dó nem piedade, taquei tinta aquarela no caderno! Primeiro um pouco de marrom pra dar um tom diferenciado no fundo, e depois de seco, comecei a fazer os contornos dos meus desenhos com caneta nanquim.



Fui intercalando o trabalho de uma coisa e outra, pra dar tempo de tudo secar. Quando terminei as jujubinhas saltitantes em cima, pintei a caneta nanquim embaixo, e só quando ela secou passei para o preenchimento das letras.



Depois pintei as jujubinhas, resolvi escurecer um pouco mais o fundo e voilá. Ficou assim.



Ter brincado com aquarela de novo pra esse projeto me deixou muito animada pra fazer outros desenhos. Esse do sketchbook eu fiz na quinta-feira (véspera do feriado) e acabou que voltei a pintar com aquarela na sexta, no sábado e também no domingo. Os resultados foram esses desenhos aí:




Todos foram feitos em papel reciclado de 75g/m².

Ainda tenho muito que aprender sobre aquarela, mas é uma técnica que me diverte tanto! Não me importo nem um pouco em passar algumas horas em um rascunho desse tamanhinho, porque é muito, muito gostoso! :)

Enfim, espero que tenham gostado e até a próxima!

Os ratos - processo criativo

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O processo de criação dos ratinhos está sendo um trabalho bastante complexo. Digo que ainda está sendo, pois os desenhos que tenho agora são só early concepts (ou conceitos iniciais), como dizem no meio de concept art (arte conceitual). Ainda não tem nada definido do aspecto visual dos ratos, ainda não me sinto 100% confiante na minha representação da espécie e das subespécies, ainda não sei se todos os personagens serão assim, etc.

Criar o primeiro ratinho não foi tarefa fácil também. Pra começo de conversa acho que nunca tinha desenhado um rato de verdade, nem de observação. Então a primeira dificuldade que encontrei foi saber como era um rato. Foi aí que cheguei à conclusão de que a primeira coisa que deveria fazer era tentar desenhar um. Fui no Google, pesquisei por hamsters (porque fiquei com medo do que encontraria sobre ratos nos resultados das pesquisas), escolhi uma imagem qualquer e fiz um desenho de observação.

Não ficou necessariamente bom, mas deu pro gasto e foi legal!

É claro que um estudo só não seria o suficiente pra que eu me tornasse uma expert em ratos, mas me deu a clara noção dos desafios que enfrentaria pra poder criar meus personagens. Meu segundo passo foi pensar: qual tipo de antropomorfização a minha história irá seguir? É nessa hora que a gente tenta vasculhar a memória em busca de todas as histórias que já tenhamos assistido que tivesse um rato antropomorfizado. Facilmente me vieram à mente: Mickey Mouse, Tom & Jerry, Bernardo e Bianca e O Ratinho Detetive. 

Aqui já é possível perceber diversos níveis de antropomorfização nos personagens.

Pra minha sorte existe aquele perfil do Pinterest (Character Design References), e nele um painel dedicado somente aos personagens antropomórficos, então não só encontrei referências e model sheets dos personagens dessas histórias que falei, como vários outros concepts de ratos e demais bichos que pudessem ser interessantes. Fiz então um painel pra mim, com as referências que achei mais legais sobre ratos e roedores antropomorfizados.

É sempre bom poder olhar como outros artistas conseguiram resolver um determinado problema de desenho. No caso da antropomorfização dos ratos, pude ter uma noção do nível de abstração da forma animal rumo à forma humana, ou o quanto se mantém a forma animal, mesmo diante de comportamentos humanos, e em casos nos quais os ratos tinham roupas, deu pra ver como as peças se comportam no animal, por exemplo. Essa parte da pesquisa é sempre muito rica e inspiradora!

Mais variações na antropomorfização. Esse tipo de pesquisa deixa a mente bombando
de ideias! Para acessar minha coleção podem clicar aqui!

Outra peça fundamental da minha história são as armas, armaduras e roupas. Tenho tentado desenvolver elementos exclusivos, que confiram uma identidade aos meus designs de personagem para essa história, mas por ser também uma história de fantasia, ambientada em um estilo Terra Média, ou qualquer coisa Medieval, não poderiam faltar túnicas, espadas, armaduras, cajados. Mais uma vez recorri ao Pinterest, e fiz uma coleção de referências visuais para essas peças de vestuário. Ainda tenho muita dificuldade pra desenhar esses elementos, mas aos poucos, com muito exercício, tenho certeza que vou desenvolver melhor esse lado.

Referências de armaduras. A minha coleção pode ser vista aqui, mas tem esse outro painél que sigo com uma riqueza muito grande de imagens!

Mas só olhar o que outros artistas haviam feito pode parecer um pouco de comodismo. Além disso, de certo modo é muito melhor que você mesmo tenha poder de observar o objeto de estudo e tirar também suas próprias conclusões pra resolver seus desenhos pois é assim que o aprendizado ocorre da melhor maneira. Bom, não sou das maiores fãs de ratos. Nunca tive coragem nem de pegar um hamster na mão. Então com certeza não compraria um rato ou hamster, no máximo compraria um porquinho da índia! XD 

Seria ótimo se eu tivesse um bichinho pra ficar observando os movimentos, as manias, como ele come, senta, e tudo o mais, mas não tenho tempo, nem paciência, nem recursos financeiros pra cuidar de bicho no momento, então foi hora de visitar o Google mais uma vez, afinal a internet tá aí pra isso, né?

Achei um site desses tipo banco de imagens, procurei por ratos e montei no meu perfil do Pinterest um painel só com imagens de ratos, visando reunir fotos com exemplos de cores de pelagem, posições diferentes da cabeça e do corpo: em pé, sentado, preso à alguma coisa, se relacionando com um objeto ou com outro rato, etc. Dessa forma, tenho referências visuais reais (fotos) e idealizadas (desenhos e personagens) para me ajudar a resolver os meus desenhos.

Tem um monte de ratinhos fofinhos. Acessem o painél aqui :P

Acham que acabou por aí? Naaaaaada! Esses dias já descobri outra animação que tem ratos como personagens principais: O Corajoso Ratinho Despereaux! Próximo passo: fazer laboratório com esse filme, hehehe! Assisti, procurei arte dele na internet, enfim, estou me inspirando e procurando elementos, poses interessantes que possam me ajudar a desenvolver melhor os meus próprios desenhos, até chegar em algo que eu ache que representa bem o que estou procurando pra minha história!

Character designs para o filme O Corajoso Ratinho Despereaux, do artista Alexei Nechytaylo.

O que eu acho de mais legal nisso tudo é que tenho motivos de sobra pra estudar um bocado de coisas, e tentar continuar adentrando em terras desconhecidas! Espero conseguir me desenvolver muito com esse projeto e que ele continue prosperando bastante.

Curiosidades finais:
  1. Pesquisando imagens de ratos na internet descobri que os bandidinhos podem ser extremamente fofos. Acho que tenho uma imagem ruim e preconceituosa desse animalzinho, mas ainda assim não teria um de estimação! Hehehe.
  2. Dois dias depois que fiz esboço do texto desse post, o artista Will Terrell publicou um vídeo no YouTube muito esclarecedor sobre a criação de desenhos com referências. Percebi que o meu processo criativo tem algo do que ele considera ideal, mas ainda está longe de ser igual ao que ele relatou. ^^” Deixo o vídeo como bônus pra vocês. :)


Bom, é isso! Esse é basicamente o caminho que percorro nas minhas criações. Espero que possa ajuda-los a trilhar o seu próprio caminho! Qualquer dúvida, adição, os comentários estão em aberto!

Adição: Seguindo a sugestão da Nane (Cappuccino com Nane chan), deixo aqui o link para acesso à galeria dos personagens que criei.

Galeria de Rodentia

Até a próxima.

Inktober - Os ratos

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Acho que não tenho como negar que de toda a minha produção para o Inktober, o grande expoente parece ter sido a série de desenhos sobre os ratos. Como já disse no post anterior, o exercício de criar algo novo todos os dias foi um desafio muito grande, e uma das minhas maiores felicidades foi ter conseguido encontrar uma linha para seguir no processo criativo. O mais engraçado é que isso aconteceu de repente.

O primeiro ratinho surgiu a partir da união de uma série de coisas que me inspiraram: primeiro eu tinha acabado de rever o filme O Reino Escondido; segundo tinha acabado de encontrar um artista cujo trabalho é muito bacana, chamado Danny Beck (sigam esse cara!), que é apaixonado por desenhos de armaduras, hamsters e monstros; terceiro que há muito tempo tenho vontade de melhorar minha criação de personagens antropomórficos; quarto que sou apaixonada por mundos miniatura; e por último mas não menos importante, gosto de histórias de fantasia!

Uma das artes de Danny Beck - Red Squirrel Rider

Foi então que pensei: por que não juntar tudo isso numa coisa só? E daí surgiu o ratinho cavaleiro. Os demais foram consequência de muito brainstorm tentando ligar um personagem ao outro no que poderia ser uma história. Pensamentos como “o que o ratinho cavaleiro poderia proteger”, “quem seriam seus alidados e seus inimigos”, e por aí foi.

O ratinho cavaleiro - primeiro da série criado para o Inktober

Estou procurando amadurecer as relações entre os personagens e buscando referências para dar mais corpo à minha história. Enquanto isso não acontece, deixo vocês com a coletânea de estudos desenvolvidos até agora, parte deles ainda para o Inktober e outros de cor que fiz nos últimos dias para alguns dos personagens principais. Fiz upload de tudo digitalizado lá no meu deviantART, e agrupei tudo em uma galeria especial.

Primeiro estudo de logo que fiz para o projeto.

No próximo post, vou falar sobre o processo de criação dos ratinhos: pesquisas, referências e inspirações! Aguardem!

Até a próxima!

Rabiscando 30 - Lenhador

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Continuo tentando desenhar diariamente, mesmo que não seja no projeto dos ratos ou tradicionalmente. Hoje foi isso aí que saiu. :P


Rabiscando 29

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Um estudo que tomou mais tempo do que pretendia. Estou tentando marchar em terras desconhecidas, explorando outras possibilidades no digital e considero esse estudo um bocado fora da minha zona de conforto. Não podem me culpar por não tentar, pelo menos! :)




Sketch concept by ~joysuko on deviantART

Rabiscando 28

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Não tem como negar que 2013 tem sido pra mim um ano de mídias tradicionais. Não sei dizer exatamente por que, mas os materiais tradicionais estão atraindo muito a minha atenção ultimamente.

Fato é que mesmo tendo adquirido uma Intuos 3 (falei sobre isso em outro post, mas nunca contei toda a história, hehehe), não tenho dado muita atenção às minhas habilidades no meio digital. De certa maneira sair de uma Genius pra uma Wacom está sendo como mudar da água pro vinho. A Intuos é maravilhosa, mas nada daquilo que eu falava sobre configuração é do mesmo jeito, então tenho que aprender tudo do zero. Agora que terminou o Inktober, e não mais preciso me ater à uma mídia pra realizar estudos, acho que é uma boa oportunidade pra voltar a tentar dividir um pouco a utilização de cada uma das mídias.

Sentei então hoje no Photoshop e fiz alguns estudos de cabeças, visando não utilizar camadas pra superar alguns desafios. Nos dois primeiros estudos estava buscando um estilo mais de animação. O velhote foi desenhado de cabeça mesmo, procurando trabalhar com uma forma quadrada. O segundo rascunho é uma tentativa frustrada de desenhar o Sheldon Cooper (The Big Bang Theory) nesse estilo de traço de animação.

Velhote

Sheldon Cooper (?) XD

Por fim, na tentativa de fazer uma coisa com mais cara de pintura digital, fiz esse fanart do Steelwill, do desenho dos anos 1980, Silverhawks.

Steelwill
Não fiz nenhum rascunho prévio pra essa pintura. Só fui jogando massas de cor e vendo a relação entre elas em busca da solução do desenho. Não me admira o rosto ter ficado tão estranho, hehehe, mas valeu a experiência ainda assim, pois gostei da pintura do metal e tudo o mais! :)

Espero que tenham curtido as experiências, e até a próxima!