Marcadores

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Da primeira vez que ouvi sobre marcadores, não fazia a menor ideia do que se tratavam. Foi através de um amigo que cheguei a conhecê-los. Marcadores nada mais são do que canetinhas. Só que enquanto as canetinhas tradicionais são a base de água (hidrocor), a maioria dos marcadores são feitos a base de solvente e, mais recentemente, a base de álcool, por causa do cheiro forte e possibilidade de intoxicação.

Existem marcadores de vários tipos, para várias superfícies, como por exemplo os marca-textos que utilizamos pra destacar frases em livros e cópias, e os marcadores para quadro-branco, que não são permanentes. Mas o foco da minha postagem são os marcadores permanentes, mais especificamente os utilizados em processos de design, ilustração, arquitetura e afins.

Modelo curioso de marca-texto. Nunca tinha visto.
À direita colorindo com Copics, marcadores internacionais.

Existem diversas marcas disponíveis no mercado: Copic, Letraset, Prismacolor, Tria, Tombow, Faber-Castell Pitt, Sharpie e Sakura, todos importados e com preços salgados, pelo menos pro meu bolso.

Meu primeiro contato com marcadores foi no carnaval, quando conseguimos (meu amigo e eu) marcar um dia pra sentar e desenhar o dia todo. Definimos com a ajuda do It’s a character driven o que iríamos desenhar, e dentre os materiais à disposição haviam marcadores (gostei muito do resultado, mas vou deixar pra mostrar um outro dia). O fluxo das cores funciona bem e não fica manchado como quando colorimos com hidrocores. Gostei tanto que fiquei disposta a investir em um estojo da Sakura com 12 cores por R$ 117,00.

Tanto pesquisei, que acabei encontrando as Magic-Color, uma linha produzida em território nacional pela Tinta Mágica. Ia comprar online, mas pesquisando um pouco mais descobri uma loja na Grande Vitória que tem por preço similar à loja online. Fiz então a compra de dois estojos: um com 12 cores sortidas e outro com 6 tons e cinza.

Marcadores Magic-Color Série Ouro - 12 cores sortidas.

Marcadores Magic-Color Série Ouro - 6 tons de cinza (3 quentes e 3 frios).
Brasileiríssimos e bem mais baratos quando comparados aos demais.

Minha primeira experiência foi colorindo esse chibi do Chris Redfield (Resident Evil 5). Esse rascunho estava do lado do Homem-Aranha, então o papel é o mesmo: Filipaper, linha escolar, branco, gramatura 140g/m². Finalizei com caneta nanquim descartável (Uni Pin Fine Line 0.1 e 0.2mm) e colori com os marcadores novos. Senti falta nos meus estojos de um tom de pele. O mais próximo que tenho disso é um cinza quente claro, mas ainda assim fica um pouco estranho. Apesar disso, gostei do resultado.


Hoje realizei minha segunda experiência, colorindo um rascunho do Wolverine que fiz ontem durante a aula, em um sketch book A5. O caderno é da linha Neon, da Tilibra, com folhas azuis, off-set de gramatura 75g/m².

Processo de acabamento. Só depois que comecei a colorir percebi um erro
no detalhe da fantasia do Wolverine, mas consegui consertar em tempo. 

Entre o Chris e o Wolverine, pude perceber algumas diferenças. O Wolverine ficou bem mais manchado do que o Chris e embora não saiba exatamente o por quê dessa diferença, fiz algumas hipóteses:
  • O Wolverine é bem maior do que o Chris, e cobrir áreas maiores é mais difícil, porque o papel não fica com a mesma quantidade de tinta ao longo dos movimentos.
  • O Chris ficou com a tinta mais uniforme porque foi desenhado em papel com maior gramatura, que absorve melhor e encharca menos de tinta.
  • O Wolverine ficou mais manchado em função do rascunho: enquanto o Chris foi rascunhado com grafite 2B e arte-finalizado com nanquim primeiro, tendo suas linhas base apagadas antes das cores; o Wolverine foi rascunhado com Pilot Eno Blue, colorido primeiro e só depois arte-finalizado.
  • Por fim, acreditem ou não, fico em dúvida sobre com que rapidez usar o marcador e em qual posição usar a ponta chanfrada sobre o papel. Acredito que isso também influencie.
Talvez só uma dessas coisas tenha influenciado, talvez todas tenham. Só vou descobrir nas cenas dos próximos episódios. De maneira geral, trabalhar com marcadores está sendo muito divertido e eu já penso na possibilidade de adquirir outros estojos da Magic-Color, com outros tons, ou canetas avulsas da Magic-Color ou de outras marcas. Por enquanto acho que já gastei em excesso com materiais e por isso devo sossegar um pouquinho, mas logo que puder comprarei mais alguns brinquedos. Hehehe.

Dúvidas? Os comentários estão a disposição.
Até a próxima!

Sakura Koi Waterbrush

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Desde a postagem sobre os materiais recém-adquiridos fiquei devendo comentar sobre minha primeira experiência com o pincel com reservatório de água. Demorei bastante pra testar o pincel porque precisei comprar papel com gramatura mais alta, sem nem saber que eu tinha umas folhas aqui guardadas de tempos atrás. Hehe. Enfim, fiz alguns rascunhos nas novas folhas e decidi colorir com o lápis aquarelável.

"Spidey sense is tingling" - Hehehe

Gostei bastante do resultado. Apesar de ter pouca prática com materiais tradicionais, tentei trazer pro papel a experiência que adquiri com o digital, só que sem a vantagem das camadas. Joguei uma cor base mais clara (o vermelho, por exemplo), fui escurecendo forçando mais o lápis, e depois adicionei tons mais escuros com marrom e preto. Na parte azul, usei um tom de azul uniforme, depois puxei sombras com um tom de roxo e o preto pras sombras mais escuras. Nos picos de luz, experimentei com a caneta gel branca. Olhando o rascunho agora, uns dias depois, acho que a tinta gel perde um pouco a vivacidade com o tempo. Me parece que ela começa a mesclar com a cor que está no fundo, o que não é um problema muito grande, na verdade. Mas eu preferia quando ela tava branca, branca!

Sobre o pincel, me lembro de ter assistido um vídeo de um artista dizendo que era um pouco complicado trabalhar com o fluxo da água. Não sei se é pelo fato da minha pouca experiência com lápis aquareláveis ou se é pelo fato de ter comprado o menor modelo do pincel, mas não tive tanta dificuldade assim com excesso de fluxo. Pelo contrátio, tive dificuldade com ausência, ha ha ha! Mas foi bom pra aprender a ter controle sobre as coisas. Se o uso do pincel pegar mesmo pra mim, até penso em comprar algum de outro tamanho pra ver como é e outros materiais em aquarela (pastilhas ou bisnagas). 

Materiais:
Lapiseira 0.7mm, grafite 2B Pilot
Uni Pin Fine Line 0.1 e 0.2mm para lineart
Lápis aquarelável Tris (12 cores)
Sakura Koi Waterbrush #2 (pincel com reservatório de água pequeno)
Mitsubishi Uni-ball Signo Gel branca.
Sakura Pigma Brush Pen

Mais pra frente vou comentar um pouco sobre marcadores. Continuem acompanhando!

Até a próxima.

Caneta Gel

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Passeando pelo YouTube uns dias atrás, assisti a um artista chamado Will Terrel falando sobre seu kit básico para desenho.

Will Terrel - Drawing Supplies parte 1. O gatinho dele é uma graça! :P

Como já conhecia alguns dos Brush Pens que ele demonstrou, o material que mais me chamou a atenção foi uma caneta em gel com tinta branca. Já tinha visto outros artistas utilizando tinta branca, mas não sabia que era uma simples caneta gel.

Agora que estou novamente experimentando com tinta nanquim (com as Brush Pens e tal), tive vontade de brincar com esse material. Nesse dia fiquei que nem doida caçando a caneta pra comprar na internet, sem encontrar nem sinal da bendita! Por acaso, no dia seguinte, meu amigo Bis me mostrou um desenho no qual ele usou uma caneta com tinta gel branca sobre nanquim, e foi então que eu descobri que a caneta era vendida nas papelarias daqui. Comprei uma e testei no mesmo dia!

Desenho em papel reciclado, finalizado com canetas diversas:
Uni Pin Fineline 0.1 e 0.2, Sakura Pigma Brush, Tombow Dual Brush
e Uni Ball Signo com gel branco.


Foto da caneta Uni Ball Signo White Gel, caso alguém queira procurá-la no mercado.
Na Grande Vitória essa caneta me custou R$ 6,90

Achei a experiência bem bacana, embora algumas partes tenham ficado menos decentes do que outras. Faz parte de aprender como o material funciona. Estou trabalhando pra experimentá-la sobre lápis de cor e lápis de cor aquarelavel também. Aguardem cenas dos próximos capítulos.

Não deixem de assistir a parte 2 do vídeo, pois nela ele demonstra com um rascunho rápido algumas das suas canetas, comentando pra que acha boa cada uma delas (infelizmente o vídeo é narrado em inglês, mas pode ser que o YouTube ofereça aquelas legendas malucas, nem sei), o que pode sanar a curiosidade de muitas pessoas antes de entrar na empreitada de comprar materiais.

Até a próxima, pessoal

Desenvolvendo o lado analógico

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Na última postagem disse que estava tentando experimentar e desenvolver mais o meu lado analógico. A seguir, tem um algumas das coisas que fiz, procurando testar os novos materiais que ganhei ou comprei. Então vamos lá!

Esse busto do Capitão América foi feito depois das primeiras aulas de desenho de anatomia. Queria praticar um bocado o aprendido. Foi uma tentativa válida. :P

Materiais:

  • Lapiseira 0.7 2B para rascunho
  • Uni Pin Fine Line 0.2 e Pilot Color 850Jr. para arte final



O último desenho de 2012 foi feito enquanto esperava o pessoal chegar pra ceia de ano novo! O Cartoon Network exibia o bloco "O Melhor de 2012" e estava passando Hora de Aventura no momento. Me inspirou bastante.

Materiais:
  • Lapiseira com grafite Pilot Color Eno Blue 0.7 para rascunho
  • Uni Pin Fine Line 0.2 e Pilot Coor 850Jr para arte final


Esse Vega (ou Balrog) eu fiz motivada por sei lá o quê. Tinha o rascunho e aí ganhei uma caneta nova do meu amigo. Fui experimentar e a caneta e me estranhei com o fluxo da tinta. Estraguei uns pontos do desenho e acabei finalizando assim pra cobrir os erros. :P

Materiais:
  • Lapiseira com grafite Pilot Color Eno Blue e Red 0.7 para rascunho
  • Uni Pin Fine Line 0.2 e Uni Ball Fine Deluxe para arte final


Nesse redesign do Finn (Hora de Aventura), acho que foi onde usei mais materiais até agora. Tinha um rascunho que comecei com lápis de cor no sketch book, transformei ele no Finn e preferi colorir dessa vez pra tentar reatar com cores no meio tradicional.

Materiais:
  • Lápis de cor Faber-Castell Neon azul e Grafite 0.7 2B para rascunho
  • Uni Pin Fine Line 0.1 e 0.2 para lineart
  • Tombow Dual Brush Pen para ajustes no lineart
  • Lápis de cor Faber-Castell tradicional, Faber-Castell Neon e Tris Aquarell para cores

Esse monte de X-men começou com a cabeça do Ciclope. Continuei adicionando personagens e finalizando com uma Caneta Brush. Gostei do resultado.

Materiais:
  • Lapiseira com Grafite 2B 0.7 para rascunho
  • Tombow Dual Brush Pen para lineart
  • Uni Pin Fine Liner para hachuras



Falando um pouco mais sobre cada um dos materiais:
Presente do meu amigo Bis, caixa de lápis de cor da Faber-Castell, série Neon e a caneta que usei no Vega.



Canetas nanquim descartáveis, não dá pra viver sem elas. Nunca tinha trabalhado com espessura de 0.1mm antes, gostei bastante. À direita a tal Tombow Dual Brush pen. O preço é salgado (custou uns R$20,00 por aqui) mas os resultados são legais. :D As pontas são flexíveis e permitem trabalhar bem o traço, variando entre "pinceladas" mais espessas e traços finos.



Primeira parte de uma pequena compra que fiz online. Uma borracha plástica para desenho, um pincél com reservatório de água e um outro Brush Pen, da Sakura dessa vez, pra experimentar. O brush da Sakura também tem aplicação parecida com a Tombow, mas achei a ponta bem mais flexível, dificulta um pouco mas é ótimo pra preencher grandes espaços, por exemplo.



A outra parte da compra pela rede foi esse manequim de madeira. Ainda sem nome, mas exibido que só! 



Espero conseguir fazer várias coisas e vários estudos com esses materiais. O que der pra postar, mesmo que precariamente (com o celular...) vou tentar postar. Tá na hora de tirar a poeira do Caixola um pouco!

E por hoje é só. Até as próximas postagens!

Uma coisa leva a outra


Faz aproximadamente dois meses que comentei sobre minha ausência da internet por conta de uma mudança de residência que fizemos no final de novembro do ano passado. Desde então, mesmo tendo tempo livre pra estudar e postar, não tenho cumprido com esse papel. Desde a mudança tenho passado pouco tempo no meu computador pessoal por vários fatores.

Pra começar, estou sem uma devida estação de trabalho. Meu tempo na internet é ora no desktop do meu irmão, ora na mesa de refeições com o meu notebook. Isso me deixa com uma baita preguiça de montar a estação de trabalho provisória, pois a qualquer momento tenho que desarmar todo o circo.

Depois tem a faculdade que, puxa vida, tem me tirado o sossego! Quem faz parte do meu convívio sabe o quanto sou ansiosa e, embora nesse período eu só esteja fazendo duas matérias e só vá à faculdade duas vezes na semana, um desses cursos está me deixando de cabelos em pé. É o famigerado projeto de graduação que chega a me dar dor no estômago de tanta ansiedade que esse negócio me causa.

Daí, pra não abandonar o desenho de vez, retomei a postura de praticar no sketch book só que, como vocês sabem, não disponho de acesso a scanner com facilidade. Isso faz com que a produção analógica fique presa ao seu meio, impossibilitada de ser compartilhada de forma apropriada ou retrabalhada com ferramentas digitais. Tenho pouquíssimos rascunhos feitos com a mesa digitalizadora desde que cheguei a esta nova casa, e os que existem estão inacabados. Em prol de não deixar tudo ao léu, tenho fotografado algumas coisas com a câmera do meu celular (de míseros 2 mega pixels) mas também só tenho alimentado o meu perfil no deviantART com essa produção.

Tá, mas e daí isso tudo que você disse, Joyce? Bom, reatar com o sketch book foi legal, porque me alimentou um desejo de entrar em contato novamente com mídias tradicionais. Desejo esse que estava hibernando há muito, muito tempo. No meu antigo sketch book havia muito tempo que eu não finalizava um desenho a nanquim (a não ser os que eu fiz pro projeto Ecriândia). No meu novo sketch book eu não tinha nenhum desenho finalizado à nanquim. E isso é um “trauma” que eu vinha cultivando há alguns anos, pois sempre que ia finalizar com tinta ou colorir um desenho em mídia tradicional, saía tudo errado e eu ficava frustrada por ter perdido um desenho do qual eu gostava. 

De certo modo ter desenvolvido um pouco minha lineart no meio digital, e ter começado a rascunhar com caneta esferográfica (nunca mostrei isso por aqui, mas quem sabe em breve eu compartilhe), me deu mais segurança com meu traçado com as tintas nanquim, e quando o negócio sai errado, ah, que seja! Inventa outra coisa, ou deixa pra consertar quando conseguir scanear o trabalho. E isso eu posso dizer que aprendi com as últimas experiências.

Enfim, esse post já tá ficando grande pra caramba, mas estou fazendo ele pra mostrar que não estou totalmente parada e contar o que tenho feito. Inclusive a segunda matéria que estou cursando nesse semestre além do projeto de graduação é desenho de anatomia, junto com a Nanika e outros dois amigos, e aproveito pra deixar pra quem tiver lendo a dica de que ela está fazendo postagens sobre isso no Cappuccino, então não percam! Desenhando Pessoas 0 e Desenhando Pessoas 1 já estão no ar!

Pra quem está esperando a continuação da minha série de postagens sobre métodos de produção digital, eu não esqueci não, gente! Vou continuar. Só estou tentando achar a motivação que eu tinha no final do ano passado. Algumas coisas pelas quais estou passando estão me bloqueando de fazer certas coisas, mas logo, logo passarei por cima disso, espero.

Em breve farei uma postagem com uma compilação das experiências que venho desenvolvendo no meio tradicional, então aguardem.

Abraços aos meus fiéis leitores!