Panfleto e Caneta

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O que pode acontecer quando uma pessoa ganha um panfleto e uma caneta na fila de espera do ônibus?

Legenda do cara à direita: "You came to the wrong neighborhood mothafu**!" XD
Eu e meus irmãos costumávamos estragar todas as revistas da minha mãe assim, mas naquela época, só rolavam pulseiras, anéis, chifrinhos, melequinhas, óculos e bigodinhos. Hahahaha!

Colorização Digital no Photoshop – Pincéis

sábado, 17 de novembro de 2012


Antes de começarmos a falar sobre pincéis, é bom entender que existem algumas maneiras diferentes de escolher, editar e trabalhar suas opções no Photoshop.

Se a sua área de trabalho do Photoshop é o padrão (default) a primeira maneira, e também a mais aparente, localiza-se logo abaixo do menu de opções do programa. Eu nunca utilizo essa barra de opções a não ser como um modo de obter retorno sobre informações como a opacidade do pincel ou a quantidade de fluxo do aerógrafo. Nunca a explorei detidamente, mas estejam à vontade para explorá-la por sua própria conta.

Menu de opções da ferramenta Pincel (ou Brush).
Localiza-se abaixo do menu principal do programa.

A segunda maneira é selecionando o pincel na barra de ferramentas e clicando na área de desenho com o botão direito do mouse. Nessa janela é possível alterar o tamanho, dureza (vou falar sobre isso logo), escolher o estilo, carregar outros kits e criar novos kits de pincéis.

Acessado quando se clica com o botão direito do mouse
sobre a tela de pintura, com a ferramenta pincel selecionada.

A terceira é a mais completa. É possível acessá-la teclando F5, ou através do menu superior na aba janela > pincéis. Com essas opções é possível criar novos pincéis ou simplesmente editar as propriedades dos pincéis ao seu gosto. Os pincéis que eu uso pra praticamente tudo são, na verdade, um kit básico com quatro pincéis redondos que variam somente em alguns aspectos de acordo com sua utilização.

Esse menu está disponível tanto através da tecla F5
quanto pelo menu JANELA > PINCÉIS.


Os aspectos aos quais faço variação são:

Dureza (ou Hardness): A dureza do pincel define se a beirada dele será totalmente chapada ou esfumaçada. Ela varia de 0 a 100%, sendo 0% macio e esfumaçado, e 100% rígido e chapado. A quantidade de dureza ou maciez no pincel depende de onde irá aplicá-lo. Se você pretende fazer uma pintura com passagens de tons suaves, pode optar por pouca dureza, se pretende fazer um lineart bem definido, é melhor que opte pela dureza do pincel em 100%.

Diferença da borda do pincél em função da dureza.

Espaçamento (ou Spacing): Não podemos esquecer que uma linha nada mais é do que uma sucessão de pontos em um determinado intervalo. Os pinceis com os quais trabalhamos no Photoshop funcionam de forma análoga. Eles são uma imagem (no caso dos meus pinceis, um círculo) que é posta sequencialmente, gerando assim o efeito visual de uma linha. Se o espaçamento entre esses círculos for grande, o efeito se torna ruim. Sendo assim, sempre procuro trabalhar com espaçamento abaixo de 10%.

Demonstração de como funciona o espaçamento.

Dinâmica da forma(ou Shape Dynamics): Essa opção define como se dará a variação do pincel conforme você traça na tela de pintura. Se você utiliza uma mesa digitalizadora é preferível que trabalhe com a dinâmica da forma variando em função da pressão aplicada à ponta da caneta. Desse modo, com pouca pressão pode-se fazer traços finos e com mais pressão pode-se engrossar o traçado. A espessura máxima do seu traçado será de acordo com o tamanho em pixels que você definiu para o pincel.


Linhas finas e grossas podem ser obtidas com a opção
Dinâmica da Forma configurada para Pressão da Caneta,
se você tem uma mesa digitalizadora.

Transferência (ou Transfer): Com essa opção é possível controlar a opacidade da tinta em função da pressão da caneta. É uma opção muito útil para pintura, mas exige prática e controle.


A opacidade da tinta condicionada à pressão da caneta
é obtida com a opção Transferência.

E isso é tudo no que diz respeito à configurações dos pincéis que utilizo. Esses esquemas podem ser replicados pra qualquer ferramenta do Photoshop que trabalhe a base de pincéis, como a borracha, a ferramenta de borrar, o carimbo, etc. No mais, aconselho a experimentarem. Cliquem nas opções, vejam que efeito isso causa nos pinceis, não só nos redondos como nos caligráficos, artísticos e afins.

Pra quem está preguiçoso de explorar, vou deixar o link de download do meu kit de pincéis.


Espero que essas informações tenham sido de utilidade. Dúvidas? Os comentários estão em aberto. Vou adorar responder a todos eles.

Até a próxima postagem!




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Colorização Digital no Photoshop

sexta-feira, 16 de novembro de 2012


Antes de mais nada, gostaria de esclarecer alguns tópicos:

Primeiro quero dizer que não sou ilustradora profissional. Desenho por que gosto, estudo por que tenho o intuito de melhorar, quero melhorar pra quem sabe um dia atingir um nível profissional e acrescentar ilustração como uma das minhas áreas de atuação. Como já disse em outras postagens, comecei a desenvolver minhas habilidades no digital por me frustrar facilmente com os meios tradicionais, mas a habilidade adquirida no meio tradicional é imprescindível para o bom desenvolvimento no meio digital também. Desenvolvo estudos em ambos os meios, embora dê bem menos ênfase às cores no meio tradicional do que dou ao traço, por exemplo.

Segundo é importante dizer que quando comecei, era muito ruim e, de fato, ainda me considero ruim. Sou muito exigente e autocrítica, e dentre as pessoas as quais admiro existem vários estilos não só de desenho como de pintura que eu gostaria de um dia atingir pessoalmente. Procuro não me comparar com outros, pois compreendo que cada indivíduo tem sua história e, portanto, seu desenvolvimento próprio. Mas como aspirante, sempre existe alguém em quem me espelho e tento estipular como uma meta, por assim dizer.

Exemplos de desenhos e colorização digital em 2008 e em 2012:
tentando fazer um "auto-chibi".

Em terceiro lugar gostaria de deixar claro que eu não me acho apta a ensinar nada a ninguém, mas sempre estive muito disposta a compartilhar minhas descobertas. Nunca tive pretensão alguma de desenvolver tutorial em qualquer área que fosse (nem pra fazer essas “assinaturas de fórum” no Photoshop), mas recebi, diversas vezes, doces pedidos para que eu mostrasse como desenvolvo alguns dos meus trabalhos e, acredito, já tenha passado da hora de colocar essas coisas pra fora e deixar que não só meus amigos mais próximos, mas todos a quem possa interessar saibam.

Por último, mas não menos importante, gostaria de enfatizar que o conteúdo das postagens relacionadas à pintura digital deste blog não são, em hipótese alguma, uma receita de bolo a ser seguida à risca, não são a solução para todos os seus problemas, nem a verdade absoluta, nem mágica, mandinga ou panaceia pra nada.

Tendo conhecimento disso e concordando, convido-os gentilmente a vir comigo desvendar as esferas do dragão o universo das minhas ferramentas para colorização digital.


Mas primeiro... Eu e Photoshop: como tudo começou.

Comecei a mexer no Photoshop no simples intuito de criar imagens para a web (assinaturas e avatares para fóruns, topos e banners de sites de amigos, etc.). Nessa época, conheci alguém no IRC que pintava muito bem páginas de mangá e comecei a me interessar pelo seu processo. Nessa época passei a scanear meus desenhos para colori-los digitalmente, mas não tinha muitas referências de luz e sombra, nem de como preparar um desenho para cores. Passei a aproveitar páginas dos mangás que lia para praticar a colorização no Photoshop.

Exemplos de páginas de mangás que eu gostava de pintar.
Há muito abandonei esse hábito.

Em certo ponto pintar as páginas de mangá se tornou insuficiente porque elas já tinham seu sobreamento por retículas. Sentia a necessidade de eu mesma trabalhar com a luz e a sombra dos desenhos. Nesse ponto já estava fazendo o curso de design, aprendi o que era nanquim e as mágicas canetas descartáveis. Finalizava meus desenhos com caneta e trabalhava cores no Photoshop e os que eu por ventura escaneava a lápis, dava um jeito de traçar usando a ferramenta pen tool.

Acima, uma das minhas últimas pinturas digitais com o mouse.
Abaixo, meu primeiro desenho com o tablet.

Isso tudo aconteceu entre os anos de 2006 a 2009 e todos esses estudos se desenvolveram unicamente com o uso do mouse. Minha primeira (e única) mesa digitalizadora me foi dada pelo meu pai de presente de aniversário no mês de dezembro de 2009. Nesses quase 3 anos trabalhando com o mouse, pude adquirir uma boa prática do funcionamento das ferramentas do Photoshop. Como trabalhar bem com camadas, os modos de exibição, seleção, etc., mas o tablet foi, sem dúvida, uma grande aquisição e me abriu várias novas possibilidades para meus estudos e desenvolvimento pessoal, não só pra cores como para rascunho e lineart também.

Antes de parar de desenhar em 2010, esses foram alguns dos estudos que desenvolvi
com tablet, ainda sem muita experiência com a ferramenta.

O fato de trabalhar a tanto tempo no Photoshop me fez desenvolver um esquema de trabalho ao qual sou apegada, e torna difícil minha adaptação a novos programas. Já tentei o Corel Painter e o Paint Tool SAI, mas eles sempre parecem contraproducentes quando comparados à minha prática com os atalhos e ferramentas do Photoshop, principalmente com as recentes implementações como a rotação de tela.

Bom, colocar toda essa história junta foi cansativo e extenso e pra evitar mais rodeios essa postagem somente dá um pontapé inicial a uma série de outras que seguirão essa temática. Nas próximas postagens irei abordar meus métodos e configurações para trabalhar com o Photoshop desde a concepção à arte-final, começando por essa janelinha aí embaixo. Espero que todos tenham gostado até agora e que continuem acompanhando.


Na próxima postagem - configuração dos pincéis no Photoshop.

Janela de configuração dos pincéis no Photoshop. Pode ser acessada com a tecla F5.
Até a próxima.




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